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Live Goldies: como proteger a saúde mental dos seniores

Por Equipe Goldies • 28 de junho de 2025 • Lives Goldies

Introdução

A Goldies Saúde Integrada, criadora do app para apoiar filhos de idosos no dia a dia de cuidados de saúde de seus pais, realizou mais uma edição de suas lives informativas. Desta vez, abordamos um tema fundamental e muitas vezes negligenciado: a saúde mental dos idosos. O anfitrião e sócio médico da Goldies, Dr. Rodrigo Barros recebeu a psiquiatra Dra. Camila Magalhães, doutora pela FMUSP, pesquisadora do Núcleo de Saúde Mental da USP e especialista em saúde mental para empresas na Caliandra Saúde Mental, para um bate-papo esclarecedor sobre os desafios emocionais enfrentados pela população idosa.

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O que é Saúde Mental: Muito Além da Ausência de Doença

A conversa começou com uma definição atual sobre o que realmente significa ter saúde mental. A Dra. Camila explicou que o conceito evoluiu significativamente nos últimos anos. Se antes a Organização Mundial da Saúde definia saúde mental como a simples ausência de doenças relacionadas ao comportamento, hoje ela é entendida como um equilíbrio entre o que a pessoa sente, pensa e faz, e como isso afeta sua interação com a sociedade.

Um ponto importante destacado pela especialista é que saúde mental não é sinônimo de felicidade constante. “Uma pessoa mentalmente saudável é alguém que tem um equilíbrio: dias melhores, dias piores, dias indiferentes, mas que consegue seguir em frente com sua vida, com seus desejos e vontades”, explicou.

A psiquiatra também fez uma crítica ao discurso contemporâneo que busca uma “felicidade plena”, algo constantemente vendido pela sociedade atual. Segundo ela, a psiquiatria e a saúde mental pedem exatamente o contrário: que se entenda que os momentos muito felizes são contingentes, não constantes.

A Saúde Mental do Brasileiro: Um Cenário Preocupante

A Dra. Camila compartilhou dados alarmantes: o Brasil ocupa o primeiro lugar no mundo entre os países com maior índice de ansiedade e o quinto lugar entre os mais deprimidos, considerando um estudo com 28 países. Esse quadro, já preocupante antes da pandemia, piorou consideravelmente durante o isolamento social.

Para entender esse cenário, a especialista aponta diversos fatores que afetam a saúde mental no país: a desigualdade social, a violência, a vida nos grandes centros urbanos com trânsito e barulho, a dificuldade de acesso a serviços e a hiperconectividade das redes sociais, que gera uma busca constante por aprovação.

Desafios Específicos da Saúde Mental na Terceira Idade

A psiquiatra destacou que há fatores peculiares que afetam a saúde mental dos idosos. Um deles é o aspecto cultural da nossa sociedade, que não valoriza adequadamente o idoso. “Na nossa cultura, o idoso muitas vezes é deixado de lado. O bonito é o jovem”, observou, ressaltando que existe um culto exagerado à juventude no Brasil.

Outro ponto abordado foi a importância da preparação para o envelhecimento. Para envelhecer com saúde mental, a pessoa deve cuidar ao longo da vida para ter uma “reserva” para o futuro, que inclui:

  • Rede social de apoio: não as redes digitais, mas relacionamentos reais
  • Estabilidade financeira: não necessariamente riqueza, mas organização
  • Hábitos de atividade física: que podem adicionar 10 a 20 anos de vida ativa
  • Interesses próprios e hobbies: que permitam aproveitar a solitude (diferente da solidão)

O Impacto da Pandemia na Saúde Mental dos Idosos

A COVID-19 afetou particularmente os idosos do ponto de vista psicológico. Sendo identificados como grupo de risco principal, muitos desenvolveram medo intenso e ansiedade relacionados à finitude da vida. A Dra. Camila relatou um aumento significativo de transtornos mentais nessa população durante a pandemia:

“Chegavam para gente problemas que não eram comuns na na terceira idade anteriormente, tais como: fobias, comportamentos obsessivos com limpeza, ataques de pânico, depressão grave e ideias de morte”, comentou a especialista.

Por outro lado, ela observou que alguns idosos que já tinham interesses estabelecidos e habilidade para lidar com a solitude conseguiram se adaptar melhor, aproveitando o tempo para aprender novas habilidades, como usar tecnologias digitais ou desenvolver novos hobbies.

Tecnologia: Benefício ou Malefício para a Saúde Mental?

A tecnologia foi um tema amplamente discutido durante a live. A Dra. Camila reconheceu que as ferramentas digitais têm aspectos positivos, como por exemplo, permitir a comunicação à distância entre familiares. No entanto, alertou para os riscos quando o mundo virtual começa a substituir as interações reais.

Ela relatou uma cena que presenciou em um restaurante: uma família inteira absorta em seus celulares, enquanto apenas o casal de idosos conversava entre si. Esse “choque cultural” entre gerações é uma preocupação crescente, já que muitos idosos se queixam de que “ninguém conversa mais”.

Identificando Problemas de Saúde Mental em Idosos

Um dos pontos mais valiosos da conversa foi a orientação sobre como diferenciar tristeza normal de depressão, e preocupação de ansiedade patológica em idosos. A Dra. Camila explicou que um psiquiatra avalia não apenas os sintomas isolados, mas um conjunto de fatores, incluindo a duração e a intensidade dos sentimentos, bem como seu impacto na vida cotidiana.

Sintomas de alerta para depressão incluem: falta persistente de energia, tristeza constante, alterações no sono e apetite, visão da vida como “absolutamente cinza” e pensamentos sobre morte. Já a ansiedade patológica se manifesta com: preocupações desproporcionais e recorrentes, dificuldade para dormir, irritabilidade e sintomas físicos como tremores e problemas digestivos.

A especialista também abordou a importância de estar atento a sinais sutis de ideias suicidas em idosos, que raramente são verbalizados diretamente. Mudanças abruptas de comportamento, isolamento, abandono do autocuidado ou frases como “estou dando trabalho para vocês” podem ser sinais de alerta.

Maus-Tratos e Autonomia dos Idosos

Um tema delicado abordado foi a questão dos maus-tratos aos idosos, que muitas vezes começam de forma sutil, com a retirada da autonomia. A Dra. Camila criticou a tendência de tratar os idosos “como se fossem insuficientes para administrar sua própria vida”, ignorando seus gostos e desejos.

Ela alertou que os maus-tratos não se limitam a agressões físicas, mas incluem também ignorar, ser irônico ou forçar comportamentos: “Não quero ver isso! Não, você vai ver sim! Vai comer sim, vai comer tudo!”

Recomendações e Mensagem Final

Ao encerrar a live, a Dra. Camila deixou uma mensagem otimista: “Ao contrário do que se pensa, idosos com problemas de saúde mental melhoram muito quando chegam ao tratamento, até mais do que para o tratamento de muitas outras doenças crônicas como diabetes e hipertensão.”

Ela desmistificou a ideia de que envelhecer necessariamente significa piorar de personalidade: “O envelhecimento é o acumulado de muita mudança para as pessoas, de muita auto análise, de muita autonomia para começar a existir de uma maneira mais autêntica”.

Como recomendações para manter a saúde mental na terceira idade, a especialista destacou:

  • Manter-se cognitivamente ativo, aprendendo coisas novas
  • Preservar a autonomia e independência sempre que possível
  • Praticar atividade física adequada à idade e condição
  • Cultivar relacionamentos sociais significativos
  • Buscar ajuda profissional ao perceber sinais de alerta

A live da Goldies cumpriu seu papel de informar e conscientizar sobre a importância da saúde mental na terceira idade, reforçando que envelhecer com qualidade de vida é possível e depende de cuidados integrados ao longo de toda a vida.

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