Live: Envelhecimento, trabalho, acolhimento e saúde
Por BlackDigital • 28 de junho de 2025 • Lives Goldies
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Envelhecimento, Trabalho e Longevidade: Uma Conversa com a Dra. Érica Peluso
A Goldies Saúde Integrada, aplicativo focado em facilitar o dia a dia de cuidados de saúde de idosos e apoiar seus familiares e cuidadores, promoveu uma live esclarecedora sobre envelhecimento e trabalho. O Dr. Rodrigo Barros (https://www.instagram.com/drrodrigobarros_), recebeu a Dra. Érica Peluso (https://www.instagram.com/erica_peluso), psicóloga, PhD em Ciências e pesquisadora sobre saúde e longevidade, para discutir como as pessoas podem se preparar para uma vida produtiva e significativa após os 60 anos.
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A Revolução da Longevidade
O aumento significativo da expectativa de vida é uma realidade incontornável. Atualmente, a expectativa média no Brasil é de aproximadamente 77 anos, podendo chegar a 80 anos para mulheres. Esse fenômeno traz duas preocupações centrais: como garantir sustento financeiro por um período mais longo e como manter a saúde para desfrutar desses anos adicionais com qualidade.
A Dra. Érica ressalta que estamos vivendo uma “revolução da longevidade” sem modelos prévios a seguir. “A gente está fazendo e conhecendo ao mesmo tempo. Depende muito da gente como atuar nisso, da gente ocupar espaço e mostrar nossa relevância”, enfatiza a especialista.
Um aspecto interessante mencionado foi a teoria da “generatividade” na psicologia do desenvolvimento. Segundo essa teoria, ao envelhecer, surge uma necessidade de deixar um legado para as próximas gerações, contribuindo para a sociedade de maneiras significativas além do trabalho formal.
Planejamento para o Envelhecimento
A reformulação do trabalho e da vida financeira após os 60 anos exige planejamento. A Dra. Peluso destaca que esse planejamento idealmente deveria começar cedo, mas reconhece que muitas pessoas só despertam para essa necessidade por volta dos 40 ou 50 anos.
“Até agora a gente não ficou muito nessa questão do planejamento. A gente foi ganhando, precisando, e foi tendo que lidar com isso à medida que as coisas foram acontecendo”, explica a psicóloga.
A recente reforma da Previdência mudou o panorama para muitos brasileiros, que agora precisam repensar sua aposentadoria. Diferentemente de gerações anteriores, que se aposentavam relativamente cedo e recebiam alguma pensão, a geração atual precisará trabalhar por mais tempo e criar alternativas de renda para o futuro.
O planejamento envolve não apenas aspectos financeiros, mas também questões como: “O que quero fazer mais para frente? Com quem quero conviver? Que atividades quero ter?”
Reinvenção Profissional após os 50 Anos
Um dos temas centrais da conversa foi como se reinventar profissionalmente após os 50 ou 60 anos. A Dra. Érica observou que a velocidade das mudanças no mundo corporativo e tecnológico é impressionante, exigindo grande capacidade de adaptação de todos, especialmente dos mais velhos.
Para quem ainda está empregado nessa faixa etária, a especialista recomenda já pensar em uma transição gradual. Algumas empresas oferecem programas de preparação para aposentadoria que permitem essa transição mais suave, mas ainda são minoria no Brasil.
“Seria o ideal: a pessoa já tem um trabalho, está inserida, tem uma relativa tranquilidade e pode se programar. Se tiver na empresa, melhor ainda, porque você tem esse tempo de desligamento, você vai aos poucos”, explica a psicóloga.
Para quem não conta com esse suporte institucional, é importante buscar ajuda profissional para pensar em alternativas:
- Atuação como consultor na mesma área de expertise
- Mudança de carreira para algo que sempre desejou fazer
- Empreendedorismo ou trabalho autônomo
- Trabalho voluntário ou engajamento comunitário
A Dra. Peluso ressaltou que “o trabalho é fonte de renda, mas não só isso”. Ele proporciona relações sociais, senso de pertencimento e propósito. Pessoas com atividades, sejam remuneradas ou voluntárias, tendem a ter melhor qualidade de vida e maior longevidade, pois continuam estimulando o cérebro e mantendo conexões sociais.
O Valor da Experiência: Diferenciais do Trabalhador Sênior
Em um mercado cada vez mais jovem, qual o valor da experiência profissional? A Dra. Érica destaca que as pessoas mais velhas têm muito a agregar em ambientes de trabalho, especialmente em contatos intergeracionais.
“São pessoas mais vividas, que tiveram experiência, já passaram por crises. Imagina aqui no Brasil, quantas crises uma pessoa de 60, 70 anos já passou! Então, tem um pouco mais de serenidade, uma visão um pouco mais ampla, que pode agregar para equipes ou para contato com pessoas mais jovens”, argumenta.
Algumas empresas já estão percebendo esse valor e investindo na diversidade etária. Um exemplo interessante mencionado foi o da rede de óticas Chilli Beans, que está contratando especificamente pessoas com mais de 50 anos para atender um público mais maduro em suas lojas de óculos de grau.
Além disso, o envelhecimento da população está criando uma “economia prateada” significativa, com demandas específicas que pessoas mais velhas entendem melhor, gerando oportunidades de trabalho direcionadas a esse público.
Tecnologia como Aliada
A tecnologia, que muitas vezes é vista como um obstáculo para trabalhadores mais velhos, também pode ser uma aliada importante. Durante a pandemia, vimos exemplos notáveis de adaptação, como professores de idade avançada que rapidamente se tornaram “youtubers” e passaram a dar aulas online.
Surgiram também plataformas específicas voltadas para o público sênior em busca de recolocação, como a Maturi | Conheça nossa atuação em diversidade etária e vagas 50+, citada durante a conversa. Estas plataformas não apenas conectam profissionais mais velhos com empresas, mas também criam comunidades de apoio mútuo.
“Essas plataformas também são bem interessantes não só para você conseguir emprego, mas para você se conectar, porque são plataformas que também geram comunidade”, explica a Dra. Peluso.
Desafios para Trabalhadores de Baixa Escolaridade
A conversa também abordou a realidade dos trabalhadores idosos com menor escolaridade, que enfrentam desafios ainda maiores. A especialista demonstrou preocupação com a digitalização acelerada, que pressupõe uma escolaridade mínima e pode deixar muitos idosos à margem do mercado de trabalho.
“A gente tem muita desigualdade no Brasil, e até na expectativa de vida”, lembra a psicóloga, apontando que há cerca de 15 anos de diferença na expectativa de vida entre pessoas de maior e menor renda e escolaridade.
Alguns desses trabalhadores continuam ativos mesmo em idades avançadas, muitas vezes em funções que exigem esforço físico considerável. Foi mencionado o exemplo de um estofador de 82 anos que continua trabalhando intensamente, carregando móveis pesados.
A Dra. Peluso enfatizou que, além do esforço individual, são necessárias políticas públicas efetivas para amparar essa população. “A gente também tem que se preocupar como sociedade e como política pública, o que a gente pode oferecer de auxílio para essas pessoas”, afirma.
A Troca Intergeracional
Um aspecto enriquecedor destacado na conversa foi a troca intergeracional que pode ocorrer entre idosos e seus filhos adultos ou netos. O Dr. Rodrigo Barros observou que, enquanto na vida adulta inicial há uma preocupação voltada para si mesmo e depois para os filhos, na velhice muitas vezes é preciso “voltar a pensar em si”, mas com o apoio da família.
A Dra. Peluso complementou que esse apoio muitas vezes é uma via de mão dupla. “Eu percebo também outro movimento, dos pais ajudarem os filhos nessa idade. Pais idosos de 70, 80 anos ajudando muitas vezes os filhos, seja financeiramente, emocionalmente, … Existem muitos exemplos”.
Essa troca intergeracional, onde tanto os mais velhos quanto os mais jovens contribuem com suas experiências e recursos, cria um círculo virtuoso de apoio mútuo que beneficia toda a família.
Mensagem Final
Ao encerrar a conversa, a Dra. Érica deixou uma mensagem importante: “Essas pessoas precisam perceber que não estão sozinhas e que existem serviços, outras pessoas passando pela mesma situação, comunidades… que elas podem ter para quem pedir ajuda”.
A especialista reforçou que tanto a experiência de cuidar dos pais idosos quanto a própria vivência do envelhecimento não precisam ser jornadas solitárias. Buscar apoio, seja de profissionais ou de outras pessoas em situação semelhante, pode fazer toda a diferença nessa fase da vida.
Em um mundo que envelhece rapidamente, repensar o trabalho, as relações intergeracionais e o papel dos idosos na sociedade torna-se não apenas uma necessidade individual, mas um desafio coletivo que requer novas abordagens e perspectivas.
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