Dicas do Dr. Barros: como evitar perda auditiva em idosos
Por Equipe Goldies • 28 de junho de 2025 • Dicas Curtas
Índice
Introdução: O Silêncio Inesperado da Longevidade
A capacidade de ouvir é um dos pilares da nossa interação com o mundo, essencial para a comunicação, o aprendizado e a manutenção das relações sociais. No entanto, com o passar do tempo, todos nós estamos sujeitos a uma perda gradual da audição. Como bem apontado nas recentes observações sobre o tema, essa realidade se torna ainda mais evidente na terceira idade: estudos mostram que duas em cada três pessoas com mais de 80 anos possuem perda auditiva. Essa estatística impressionante ressalta a urgência de abordar a saúde auditiva como parte integrante do envelhecimento saudável.
Essa perda, que pode ter causas diversas, desde a degeneração celular natural até questões vasculares que afetam a irrigação dos tecidos ligados à audição, é um processo que, se não for detectado e tratado precocemente, pode levar a uma “perda da nossa função cognitiva e menor qualidade na nossa vida”. Este artigo visa aprofundar o entendimento sobre a perda auditiva relacionada à idade, seus impactos, as formas de prevenção e, crucialmente, a importância das consultas periódicas com um otorrinolaringologista a partir dos 50 anos para garantir que a longevidade seja sinônimo de clareza e conexão. E nesse vídeo curto o Dr. Rodrigo Barros, sócio médico da Goldies Saúde Integrada, aborda esse tema e dá algumas dicas para prevenção da perda auditiva.
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Entendendo a Perda Auditiva Relacionada à Idade (Presbiacusia)
A perda auditiva gradual que ocorre com o envelhecimento é clinicamente conhecida como presbiacusia. É um processo natural e progressivo, que afeta a capacidade de ouvir sons de alta frequência e de compreender a fala, especialmente em ambientes ruidosos.
Causas da Presbiacusia
As causas da presbiacusia são multifatoriais e complexas, envolvendo uma combinação de fatores genéticos, ambientais e fisiológicos:
- Degeneração Sensorineural: esta é a causa mais comum. Com o tempo, as delicadas células ciliadas do ouvido interno (cóclea), responsáveis por transformar as ondas sonoras em sinais elétricos para o cérebro, sofrem desgaste e morrem. Uma vez danificadas, essas células não se regeneram. Além disso, pode haver degeneração das vias nervosas que transmitem esses sinais ao cérebro.
- Questões Vasculares: a irrigação sanguínea adequada é vital para a saúde do ouvido interno. Problemas circulatórios, como aterosclerose (acúmulo de placas nas artérias), hipertensão, diabetes e doenças cardíacas, podem comprometer o fluxo sanguíneo para a cóclea, levando à privação de oxigênio e nutrientes e, consequentemente, à perda auditiva.
- Exposição Crônica a Ruído: como mencionado no vídeo do Dr Barros, a prevalência da perda auditiva pode ser menor em pessoas que evitaram ambientes com muito ruído ao longo da vida. A exposição prolongada e sem proteção a sons altos (seja no trabalho, em shows ou através do uso excessivo de fones de ouvido em volume elevado) causa danos irreversíveis às células ciliadas.
- Fatores Genéticos: a predisposição genética desempenha um papel significativo, com algumas pessoas sendo mais suscetíveis à perda auditiva relacionada à idade do que outras.
- Ototoxicidade: o uso de certos medicamentos (como alguns antibióticos, diuréticos ou quimioterápicos) pode ser tóxico para o ouvido interno, causando ou agravando a perda auditiva.
Os Impactos da Perda Auditiva Não Tratada: Além da Dificuldade de Ouvir
A perda auditiva vai muito além da simples dificuldade de escutar. Se não for detectada e tratada precocemente, ela pode ter consequências profundas e negativas na qualidade de vida do idoso, afetando diretamente a função cognitiva e o bem-estar geral:
- Declínio Cognitivo: a observação de que a perda auditiva pode levar a uma “perda da nossa função cognitiva” é um dos pontos mais críticos. Quando o cérebro precisa trabalhar mais para decodificar sons e entender a fala, ele desvia recursos que seriam usados para outras funções cognitivas, como memória e raciocínio. Estudos mostram uma forte associação entre perda auditiva não tratada e um risco aumentado de demência e Alzheimer.
- Isolamento Social e Depressão: a dificuldade em participar de conversas e interações sociais leva muitos idosos a se afastarem de amigos e familiares. Esse isolamento pode desencadear sentimentos de tristeza, solidão, ansiedade e depressão, diminuindo drasticamente a qualidade de vida.
- Segurança: a incapacidade de ouvir alarmes, campainhas, veículos se aproximando ou avisos importantes pode colocar o idoso em situações de risco, tanto em casa quanto na rua.
- Frustração e Estresse: tanto para o idoso quanto para seus familiares, a comunicação prejudicada pode gerar frustração, irritabilidade e estresse, tensionando as relações.
- Dependência: a dificuldade de ouvir pode levar a uma maior dependência de outras pessoas para tarefas cotidianas, afetando a autonomia do idoso.
Prevenção: Cuidando da Audição em Todas as Fases da Vida
Embora a presbiacusia seja um processo natural, é possível adotar medidas para retardar seu aparecimento e minimizar seus efeitos. A prevenção começa cedo, como falado pelo Dr. Barros no vídeo, “desde a adolescência, usando um pouco menos esses fones de ouvido”.
- Proteção Auditiva: evitar a exposição prolongada a ruídos altos é fundamental. Isso inclui usar protetores auriculares em ambientes de trabalho barulhentos, em shows ou ao usar equipamentos ruidosos. O uso consciente de fones de ouvido, com volume moderado e por períodos limitados, é crucial, especialmente para jovens.
- Estilo de Vida Saudável: Manter a saúde cardiovascular é um pilar da saúde auditiva. Controlar a pressão arterial, o diabetes e o colesterol, além de praticar exercícios físicos e ter uma dieta balanceada, contribui para a boa irrigação sanguínea do ouvido interno.
- Evitar Tabagismo e Álcool: o tabagismo e o consumo excessivo de álcool podem prejudicar a circulação e danificar as células ciliadas.
- Cuidado com Medicamentos Ototóxicos: sempre informe seu médico sobre seu histórico auditivo ao iniciar novos medicamentos, e siga as orientações sobre dosagem para evitar efeitos colaterais no ouvido.
O Papel Crucial do Otorrinolaringologista: Diagnóstico Precoce e Intervenção
A recomendação do Dr. Barros foi clara: “é muito importante que a partir dos 50 anos a gente faça consultas periódicas com otorrino”. Essa proatividade é a chave para “detectar essa perda auditiva o mais precocemente possível”.
O Que Esperar da Consulta e do Diagnóstico
Uma consulta com o otorrinolaringologista (otorrino) para avaliação auditiva geralmente inclui:
- Anamnese: o médico fará perguntas sobre seu histórico de saúde, exposição a ruídos, medicamentos e quaisquer sintomas auditivos.
- Exame Físico: inspeção do ouvido externo e tímpano.
- Audiometria: este é o principal exame. Ele mede a capacidade de ouvir sons em diferentes frequências e intensidades, identificando o tipo e o grau da perda auditiva. Pode incluir audiometria tonal (para tons puros) e audiometria vocal (para a compreensão da fala).
- Imitanciometria: avalia a função do ouvido médio.
Benefícios da Detecção Precoce
A detecção precoce da perda auditiva permite intervenções que podem mudar a trajetória do envelhecimento do idoso:
- Retardar a Progressão: embora a presbiacusia não tenha cura, o tratamento precoce pode retardar sua progressão e minimizar o impacto na vida diária.
- Prevenção do Declínio Cognitivo: ao tratar a perda auditiva, o cérebro não precisa se esforçar tanto para ouvir, liberando recursos para funções cognitivas superiores e potencialmente reduzindo o risco de demência.
- Manutenção da Qualidade de Vida: melhorar a audição permite ao idoso participar ativamente de conversas, eventos sociais e atividades de lazer, combatendo o isolamento e promovendo o bem-estar emocional.
- Segurança Aumentada: a capacidade de ouvir sons importantes do ambiente melhora a segurança do idoso.
- Melhora da Comunicação Familiar: facilita a interação com familiares e cuidadores, reduzindo frustrações e fortalecendo laços.
Opções de Tratamento para a Perda Auditiva
Uma vez diagnosticada a perda auditiva, o otorrino pode recomendar diversas opções de tratamento, dependendo do tipo e grau da perda:
- Aparelhos Auditivos: são a solução mais comum e eficaz para a maioria dos casos de presbiacusia. A tecnologia avançou muito, oferecendo aparelhos discretos, confortáveis e com recursos que se adaptam a diferentes ambientes sonoros, melhorando significativamente a compreensão da fala.
- Implantes Cocleares: para casos de perda auditiva severa a profunda, onde os aparelhos auditivos não são suficientes, o implante coclear pode ser uma opção. É um dispositivo eletrônico cirurgicamente implantado que estimula diretamente o nervo auditivo.
- Dispositivos de Escuta Assistida (ALDs): incluem sistemas FM, telefones amplificados e dispositivos de alerta visual que podem complementar o uso de aparelhos auditivos ou serem usados em situações específicas.
- Reabilitação Auditiva: consiste em terapias e treinamentos para ajudar o cérebro a se adaptar aos novos sons e a melhorar a compreensão da fala, especialmente para novos usuários de aparelhos auditivos.
Conclusão: Priorize Sua Audição, Invista em Sua Longevidade
A perda auditiva é uma parte comum do envelhecimento, mas não precisa ser uma sentença de isolamento ou declínio. Como enfatizado pelo Dr. Rodrigo Barros no vídeo, a proatividade é fundamental: “detecte essa perda auditiva o mais precocemente possível, evitando assim uma perda da nossa função cognitiva e menor qualidade na nossa vida”.
Priorizar a saúde auditiva significa adotar hábitos protetores desde cedo e, crucialmente, realizar consultas periódicas com um otorrinolaringologista a partir dos 50 anos. O diagnóstico e a intervenção precoces podem preservar a função cognitiva, manter a conexão social e garantir que a jornada da longevidade seja vivida com clareza, plenitude e bem-estar. Não espere os sintomas se agravarem; cuide da sua audição hoje para desfrutar de um futuro com mais sons e mais vida.
Referências:
- Dr. Rodrigo Barros (sócio médico da Goldies): https://www.instagram.com/drrodrigobarros_
- App da Goldies: Goldies – Facilidade para ajudar na saúde de idosos
- Blog da Goldies: Os 7 Hábitos que Podem Reduzir o Risco de Demência – Goldies
- Blog da Goldies: Quando suspeitar do Alzheimer? – Goldies
- Blog da Goldies: A importância do convívio social para os idosos: benefícios, dicas para fazer novas amizades e manter relacionamentos saudáveis – Goldies
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