Demência Senil: Fases, sintomas, tratamento e interrelações
Por BlackDigital • 14 de agosto de 2025 • Demência e Saúde Mental

Índice
Resumo
O envelhecimento populacional global acentua a relevância de condições neurodegenerativas e comportamentais na terceira idade. Esta matéria explora as relações e distinções entre Demência Senil, Doença de Alzheimer e Síndrome de Diógenes.
É fundamental compreender que “demência senil” é um termo obsoleto e impreciso, pois o declínio cognitivo grave não é uma parte normal do envelhecimento. A Demência é uma síndrome clínica abrangente, da qual a Doença de Alzheimer representa a causa mais comum. A Síndrome de Diógenes, por sua vez, é um transtorno comportamental distinto, mas que frequentemente coexiste com a demência, podendo inclusive ser uma manifestação de declínio cognitivo subjacente. A alta taxa de co-ocorrência e a complexidade dos sintomas exigem uma abordagem diagnóstica e terapêutica multidisciplinar, com atenção especial aos desafios éticos e à necessidade de mais pesquisas para otimizar o manejo dessas condições.
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1. Introdução
A crescente longevidade da população mundial tem impulsionado a prevalência de doenças crônicas e degenerativas, com particular destaque para as condições neurológicas e psiquiátricas associadas ao envelhecimento. A compreensão aprofundada da Demência, da Doença de Alzheimer e da Síndrome de Diógenes, bem como de suas inter-relações, é crucial para aprimorar as estratégias de saúde pública, o diagnóstico clínico e a qualidade do cuidado ao paciente. Este artigo tem como objetivo definir rigorosamente cada uma dessas condições, esclarecendo a imprecisão do termo “demência senil“, e analisar criticamente as complexas relações hierárquicas e as significativas co-ocorrências entre elas. A meta é fornecer uma base de conhecimento clara e fundamentada em evidências para profissionais de saúde, pesquisadores e cuidadores informados, desmistificando o conceito de “demência senil”.
2. Demência: O Conceito Abrangente e Suas Nuances
2.1. Definição Clínica e Caracterização
A demência é uma síndrome clínica complexa, não uma doença isolada, caracterizada por um declínio cognitivo e/ou alterações comportamentais (neuropsiquiátricas) em relação a um nível prévio de desempenho.1 Este declínio é suficientemente grave para interferir nas atividades de vida diária e na independência do indivíduo, e que não pode ser atribuído a um estado confusional agudo (delirium) ou a uma doença psiquiátrica maior.1 As funções cognitivas tipicamente afetadas incluem memória, raciocínio, linguagem e a capacidade de realizar tarefas cotidianas.2 O diagnóstico é fundamentalmente clínico, embora exames de neuroimagem sejam recomendados para investigação e acompanhamento do quadro.1 Na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), a demência não especificada é codificada como F03.
2.2. A Imprecisão do Termo “Demência Senil”: Por Que Não Usá-lo?
Historicamente, o termo “demência senil” tem sido empregado para descrever o declínio cognitivo em idosos.2 No entanto, esta terminologia é considerada obsoleta e enganosa.3 Ela reflete uma crença anteriormente difundida, mas incorreta, de que um declínio mental grave seria uma parte normal e inevitável do processo de envelhecimento.3
A manutenção dessa concepção errônea, tanto no público leigo quanto, por vezes, entre profissionais de saúde menos especializados, acarreta implicações significativas para a saúde pública e a prática clínica. Quando o declínio cognitivo é erroneamente percebido como uma consequência natural da idade, os sinais precoces de uma demência real podem ser subestimados ou ignorados. Esta desvalorização pode atrasar o diagnóstico de condições potencialmente reversíveis, como hipotireoidismo ou deficiência de vitamina B12, que podem mimetizar sintomas de demência e são tratáveis.1 Além disso, posterga a identificação de doenças neurodegenerativas progressivas, como a Doença de Alzheimer, perdendo-se a oportunidade de intervenções precoces que, embora não curativas, podem gerenciar os sintomas e planejar o futuro. A falta de um diagnóstico oportuno não apenas impede o início de tratamentos e suporte, mas também intensifica o fardo físico, psicológico e econômico sobre os cuidadores e as famílias, à medida que a doença avança sem controle. Isso sublinha a necessidade imperativa de campanhas de conscientização e educação continuada para desmistificar o envelhecimento e promover a investigação de quaisquer alterações cognitivas persistentes em idosos, evitando o uso do termo “demência senil”.
2.3. Principais Tipos de Demência
A demência funciona como um “termo guarda-chuva”, englobando um conjunto de condições diversas que, ao longo do tempo, causam danos cerebrais e levam à deterioração da função cognitiva.4 A Doença de Alzheimer e a demência vascular são as formas mais prevalentes em idosos, respondendo por aproximadamente 80% a 90% dos casos.1 Outros tipos comuns incluem a Demência com Corpos de Lewy e a Demência Frontotemporal.1
As demências podem ser classificadas de acordo com sua progressão:
- Evolutiva: caracterizada por um declínio progressivo, geralmente devido a doenças neurodegenerativas, vasculares ou infecciosas crônicas.1
- Estática: ocorre quando um fator de risco vascular é controlado ou como sequela de uma lesão cerebral aguda, como trauma ou infecção.1
- Potencialmente Reversível: causada por condições clínicas tratáveis, como hipotireoidismo, depressão, deficiência de vitamina B12 ou o uso de certas medicações (e.g., biperideno, benzodiazepínicos).1
A existência de demências potencialmente reversíveis demonstra que a demência não é uma entidade monolítica, mas um espectro de síndromes com diversas etiologias e prognósticos. Essa diversidade implica que um diagnóstico superficial de “demência” é insuficiente para um manejo eficaz. Uma investigação diagnóstica aprofundada é crucial para identificar a causa subjacente, pois a etiologia específica direciona as estratégias de tratamento. Por exemplo, a suplementação de vitamina B12 para uma deficiência ou o tratamento de um hipotireoidismo podem reverter o quadro cognitivo, enquanto a Doença de Alzheimer requer abordagens farmacológicas e não farmacológicas distintas. A complexidade da avaliação cognitiva geriátrica, portanto, reside na necessidade de um processo diagnóstico exaustivo para otimizar o tratamento, fornecer um prognóstico acurado e, em última instância, melhorar a qualidade de vida do paciente.
2.4. Impacto da Demência
O declínio funcional progressivo e a perda gradual de autonomia e independência inerentes à demência impõem um impacto físico, psicológico, social e econômico significativo sobre os cuidadores, as famílias e a sociedade como um todo.1 A demência é reconhecida como a principal causa de morbidade entre idosos, contribuindo substancialmente para o número de anos vividos com incapacidade.1
3. Doença de Alzheimer: A Principal Causa do que se chamava “Demência Senil”
3.1. Definição e Patologia
A Doença de Alzheimer (DA) é o tipo mais comum de demência, caracterizada por uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, incluindo memória, atenção, concentração, linguagem e pensamento.5 Essa deterioração culmina em alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional do indivíduo, dificultando a realização de suas atividades de vida diária.5 As alterações cerebrais associadas à DA podem iniciar-se anos antes da manifestação dos primeiros sintomas clínicos, um período conhecido como Doença de Alzheimer pré-clínica.6 À medida que a doença progride, as células cerebrais morrem e a comunicação entre elas é alterada, resultando no agravamento dos sintomas.5 Na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), a Doença de Alzheimer é codificada como G30, com G30.1 especificamente para o início tardio. Para mais informações e discussões aprofundadas, assista nossa live sobre a Doença de Alzheimer.
A existência de um estágio pré-clínico na Doença de Alzheimer, onde as alterações cerebrais precedem o surgimento dos sintomas, é uma observação de grande relevância para o futuro da medicina. Esta janela de oportunidade, que pode durar anos, sugere a possibilidade de intervenção antes que ocorra um declínio cognitivo significativo. A identificação de biomarcadores para o diagnóstico precoce e o desenvolvimento de terapias modificadoras da doença que possam retardar ou até mesmo impedir a progressão da DA são áreas intensas de pesquisa. Essa perspectiva representa uma mudança de paradigma, do tratamento sintomático para a prevenção ou atraso do início da demência, o que teria um impacto imenso na redução do fardo da doença sobre indivíduos, famílias e sistemas de saúde, preservando a qualidade de vida por um período mais longo. De fato, “a demência pode ser prevenida em qualquer idade“.
3.2. Sintomas Característicos e Estágios de Progressão
A Doença de Alzheimer tipicamente apresenta uma progressão lenta através de três estágios principais: leve, moderado e grave.6 A forma como a doença afeta cada pessoa e a taxa de progressão dos sintomas demenciais podem variar significativamente.7 Em média, um indivíduo vive de 8 a 10 anos após o diagnóstico, mas essa expectativa pode se estender por até 20 anos, dependendo de outros fatores.6
- Estágio Leve (Inicial): nesta fase, o paciente pode manter sua independência, sendo capaz de dirigir, trabalhar ou participar de atividades sociais. Contudo, começam a surgir lapsos de memória, como esquecimento de palavras ou do local habitual de objetos. Dificuldades para lembrar fatos recentes, compromissos ou informações recém-lidas são comuns. Problemas com planejamento, organização financeira ou outras atividades lógicas também podem ser notados. Amigos e familiares próximos frequentemente percebem essas dificuldades.7 É importante saber quando suspeitar do Alzheimer.
- Estágio Moderado: este estágio é tipicamente o mais longo, podendo durar vários anos.6 À medida que a doença avança, a pessoa com Alzheimer requer um nível crescente de cuidados. Os sinais e sintomas de demência tornam-se mais pronunciados, com maior dificuldade na execução de tarefas complexas, como pagar contas. Embora ainda possam se lembrar de detalhes significativos sobre suas vidas, os sintomas são claramente perceptíveis para outras pessoas. Nesta fase, pode haver maior confusão, dificuldade em reconhecer pessoas próximas e alterações de comportamento como irritabilidade e desconfiança.7
- Estágio Grave (Avançado): este é o estágio final da progressão da DA, onde a dependência é total e a comunicação é severamente comprometida. A pessoa perde grande parte das capacidades cognitivas e físicas, podendo não reconhecer ninguém à sua volta. É comum a incapacidade de comunicar ou compreender a linguagem, imobilidade, dificuldade em engolir e incontinência total. Agitação, inquietação ou apatia extrema também são observadas, com maior risco de infecções como pneumonias. O foco do cuidado passa a ser o conforto e a preservação da dignidade.7
A variabilidade na progressão da Doença de Alzheimer, onde a taxa de agravamento dos sintomas difere entre os indivíduos, tem implicações diretas para o planejamento do cuidado. Uma abordagem padronizada é inadequada; em vez disso, o cuidado deve ser altamente individualizado, adaptando-se à taxa específica de progressão e ao perfil sintomático de cada paciente. Isso exige sistemas de suporte flexíveis, estratégias de comunicação que evoluem com a doença e ajustes dinâmicos nas rotinas diárias e arranjos de moradia. A necessidade de avaliação contínua e reavaliação do plano de cuidados é crucial para otimizar a qualidade de vida tanto para os pacientes quanto para seus cuidadores, promovendo um modelo de cuidado centrado na pessoa que prioriza suas necessidades e capacidades em constante mudança.
3.3. Prevalência no Espectro das Demências
A Doença de Alzheimer é reconhecida como o tipo mais comum de demência, sendo responsável por aproximadamente 60% a 70% de todos os casos.3 No Brasil, cerca de 8,5% da população com mais de 60 anos vive com demências, o que corresponde a 2,71 milhões de casos.4 As projeções indicam um aumento significativo dessa prevalência até 2050, impulsionado pelo envelhecimento contínuo da população.4
4. Síndrome de Diógenes: Um Transtorno Comportamental com Múltiplas Facetas, Associado à Demência
4.1. Definição e Características Centrais
A Síndrome de Diógenes (SD) é um transtorno comportamental complexo, caracterizado por extrema auto-negligência, descuido com o lar, isolamento social, suspeita e comportamento paranoico.8 Uma característica frequente e definidora é o colecionismo compulsivo, que envolve o acúmulo desordenado de uma quantidade considerável de objetos inúteis sem um propósito aparente.8 Este comportamento difere da coleta típica, onde os itens são organizados e valorizados.11 Outros sintomas incluem má higiene pessoal e doméstica, dificuldade em se desfazer de objetos e uma notável falta de percepção ou negação sobre a própria condição.10 Para um guia completo sobre o tema, consulte nosso e-book que aborda “cuidados na Síndrome de Diógenes”.
4.2. Fases da Síndrome de Diógenes
Embora não haja uma classificação formal de estágios como na demência, a Síndrome de Diógenes pode ser observada em uma progressão de gravidade, que inclui:
- Acumulação inicial: onde o comportamento de acúmulo começa a se manifestar.12
- Isolamento social e deterioração: o indivíduo se afasta socialmente e a negligência se agrava.12
- Negação: o paciente demonstra falta de percepção ou negação sobre a própria condição e a necessidade de ajuda.10
- Condições extremas: a fase final, onde o indivíduo vive em ambientes totalmente perigosos e insalubres, com riscos significativos à saúde.10
4.3. Histórico e a Controvérsia em Torno do Epônimo
A Síndrome de Diógenes foi reconhecida pela primeira vez por Macmillan & Shaw em 1966 e, posteriormente, designada com seu nome atual por Clark et al. em 1975.9 O nome deriva de Diógenes de Sinope, um filósofo grego antigo conhecido por seus hábitos de higiene precários e por supostamente viver em um grande vaso em Atenas.9 Contudo, o filósofo Diógenes era um minimalista absoluto e buscava a companhia humana, aventurando-se diariamente na Ágora, características que contradizem fundamentalmente o comportamento de acumulação e o isolamento social observados na síndrome.9 Por essa razão, o epônimo é considerado incorreto.9 Termos alternativos, como “Síndrome de Plyushkin” (em referência a um personagem de Gogol) ou “síndrome da miséria senil”, têm sido sugeridos.9
A inadequação do epônimo “Síndrome de Diógenes” não é meramente uma questão de precisão histórica; ela tem implicações na percepção pública e na compreensão clínica da condição. Um nome enganoso pode gerar associações falsas ou mal-entendidos sobre a natureza do transtorno, tanto para o público em geral quanto para profissionais de saúde menos familiarizados. Se a condição for percebida, ainda que subconscientemente, como uma escolha filosófica ou um estilo de vida excêntrico, em vez de um transtorno comportamental e psiquiátrico grave e frequentemente debilitante, isso pode dificultar a empatia e a intervenção apropriada. Pode-se subestimar a gravidade da síndrome e as patologias subjacentes que a impulsionam. Este cenário realça o desafio contínuo na nomenclatura médica de refletir com precisão as realidades clínicas e evitar a estigmatização ou a deturpação de condições complexas. A busca por uma terminologia mais descritiva e acurada é essencial para promover uma melhor compreensão, reduzir o estigma e incentivar respostas médicas e sociais mais adequadas.
4.4. Incidência e Perfil Demográfico
A incidência anual da Síndrome de Diógenes é de 5 casos por 10.000 indivíduos com mais de 60 anos.8 Embora possa afetar indivíduos de todas as classes sociais e ter prevalência semelhante entre homens e mulheres, é mais evidente na terceira idade.8 Existem relatos, contudo, de SD em adultos jovens.8 Pacientes com SD frequentemente vivem sozinhos, não são casados e podem não ter filhos ou irmãos.10
4.5. Principais Hipóteses Etiológicas e Fatores Predisponentes
As causas exatas da Síndrome de Diógenes ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais contribua para seu desenvolvimento.10 As principais hipóteses etiológicas incluem:
- SD como “estágio final” de um transtorno de personalidade: embora muitos portadores da síndrome sejam considerados “excêntricos” que preferem o isolamento, discute-se se preenchem os critérios diagnósticos de transtorno de personalidade. Além disso, em transtornos de personalidade, a personalidade tende a se estabilizar ou melhorar com a idade, enquanto na SD, observa-se uma deterioração da personalidade.8
- SD como manifestação de demência do lobo frontal: alguns sintomas de patologia do lobo frontal, como irritabilidade, agressividade, ideias paranoides, desmotivação, falta de iniciativa e de insight, estão presentes na SD.8 Embora a SD seja mais comum em pacientes acima de 70 anos e a demência do lobo frontal geralmente se inicie entre 55 e 65 anos, essa conexão não é descartada.8
- SD como estágio final do subtipo hoarding (acumulação) do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): esta hipótese sugere uma ligação direta com um transtorno psiquiátrico específico.8
- SD como uma “via final comum” para diversos transtornos psiquiátricos: especialmente aqueles associados ao colecionismo, como TOC e síndrome de Tourette.8
- SD precipitada por estressores biológicos, psicológicos e sociais associados à idade: em indivíduos com traços de personalidade predisponentes, como isolamento, desconfiança e labilidade emocional.8
A multiplicidade de hipóteses etiológicas para a Síndrome de Diógenes, juntamente com sua frequente associação a uma variedade de condições psiquiátricas e neurológicas, aponta para a complexidade da síndrome. A ausência de uma causa única e definitiva ou de uma classificação independente no DSM-5 11 sugere que a SD é provavelmente uma síndrome que pode emergir de diferentes patologias subjacentes. Esta complexidade exige que os clínicos realizem um diagnóstico diferencial altamente abrangente ao suspeitar de SD. Não se pode presumir uma única causa; é imperativo investigar a presença de demência subjacente, outros transtornos psiquiátricos (como TOC ou esquizofrenia) ou lesões neurológicas (como patologia do lobo frontal ou AVC). Essa abordagem diagnóstica detalhada, idealmente envolvendo uma equipe multidisciplinar de psiquiatras, neurologistas e geriatras, é fundamental para identificar com precisão as condições primárias ou comórbidas que impulsionam os sintomas da SD, permitindo um tratamento mais eficaz e direcionado, em vez de apenas um manejo sintomático.
A SD é frequentemente associada a outras condições clínicas, incluindo comprometimento cognitivo leve, TOC, esquizofrenia, anorexia nervosa, depressão, AVC e transtornos de personalidade.9 É mais evidente em idosos, especialmente quando há comorbidades de saúde mental e emocional, e pode ser influenciada por comprometimento cognitivo leve.13 Isso sugere que mesmo um declínio cognitivo sutil pode contribuir para o desenvolvimento ou agravamento dos sintomas da SD. Para uma discussão mais ampla sobre o tema, confira nossa live dedicada ao tema “saúde mental na terceira idade”.
5. A Complexa Inter-relação entre Demência, Alzheimer e Síndrome de Diógenes
5.1. Demência e Doença de Alzheimer: A Relação Hierárquica e o Fim da “Demência Senil”
A demência é um termo abrangente, um “guarda-chuva” que descreve um conjunto de síndromes caracterizadas por declínio cognitivo progressivo.4 A Doença de Alzheimer é o tipo mais prevalente de demência, respondendo por aproximadamente 60% a 70% de todos os casos.3 Assim, toda Doença de Alzheimer é um tipo de demência, mas nem toda demência é Doença de Alzheimer.4 O termo “demência senil” é uma designação obsoleta e imprecisa, que incorretamente sugere que o declínio cognitivo grave é uma parte normal do envelhecimento.3
Para ilustrar as características e as relações entre essas condições, a Tabela 1 oferece um comparativo detalhado:
Característica | Demência (Geral) | Doença de Alzheimer | Síndrome de Diógenes |
Natureza | Síndrome Clínica (guarda-chuva) | Doença Neurodegenerativa Específica | Transtorno Comportamental |
Definição Principal | Declínio cognitivo/comportamental que interfere nas AVDs | Deterioração global, progressiva e irreversível de funções cognitivas | Auto-negligência extrema, desorganização doméstica, acúmulo compulsivo, isolamento social |
Termo “Senil” | Termo obsoleto/impreciso | Não aplicável diretamente | Não aplicável diretamente |
Prevalência/Incidência | Aumenta exponencialmente com a idade | 60-70% dos casos de demência | 5/10.000 acima de 60 anos |
Sintomas Cognitivos | Memória, raciocínio, linguagem, etc. | Lapsos de memória (recente), dificuldade de planejamento, etc. | Falta de percepção/negação da doença |
Sintomas Comportamentais | Alterações comportamentais (neuropsiquiátricas) | Alterações de comportamento/personalidade | Isolamento social, suspeição, comportamento paranoico, acumulação |
Relação com Idade | Mais comum em idosos | Principalmente em idosos | Mais evidente na terceira idade |
5.2. Síndrome de Diógenes e Demência/Alzheimer: Co-ocorrência e Manifestação
Existe uma relação significativa entre a Síndrome de Diógenes e a demência. Pelo menos metade dos indivíduos com Síndrome de Diógenes com mais de 60 anos são também portadores de demência ou de outro transtorno psiquiátrico.8
A alta taxa de co-ocorrência da Síndrome de Diógenes com a demência, especialmente em indivíduos acima de 60 anos, sugere que a SD pode atuar como um indicador comportamental de demência subjacente ou em estágio avançado. Quando sintomas como auto-negligência extrema, acumulação compulsiva e isolamento social surgem em um idoso, isso deve servir como um alerta crítico para que os clínicos realizem uma avaliação neurológica e psiquiátrica aprofundada, buscando especificamente a presença de demência, incluindo a Doença de Alzheimer, ou outros transtornos psiquiátricos graves. A Síndrome de Diógenes, nesse contexto, não é apenas uma comorbidade, mas pode ser uma manifestação inicial ou um sintoma de um estado cognitivo em deterioração. O reconhecimento precoce dessa ligação pode levar a um diagnóstico mais oportuno da demência, permitindo o início de um manejo adequado, o fornecimento de suporte essencial para os cuidadores e, potencialmente, a desaceleração da progressão do declínio cognitivo, mesmo que o tratamento da própria SD permaneça desafiador.
A SD pode ser uma manifestação da demência do lobo frontal, uma das principais hipóteses etiológicas.8 Sintomas de patologia do lobo frontal, como irritabilidade, agressividade, ideias paranoides, falta de motivação e de insight, são frequentemente observados em pacientes com SD.8 Embora a SD seja mais comum em pacientes com mais de 70 anos e a demência do lobo frontal geralmente se inicie entre 55 e 65 anos, essa diferença de idade não exclui a conexão.8
Além disso, a SD pode ser uma “via final comum” para diversos transtornos psiquiátricos, incluindo o subtipo de acumulação do TOC, esquizofrenia e outras condições associadas ao colecionismo compulsivo.8 É crucial que os clínicos avaliem se a auto-negligência e/ou o colecionismo não fazem parte de uma comorbidade já existente.8 Sintomas neuropsiquiátricos são altamente prevalentes em pacientes com demência (80-90%).14 Embora o Inventário Neuropsiquiátrico mencione comportamento motor aberrante, agitação e irritabilidade como manifestações frequentes na Doença de Alzheimer 14, o comportamento paranoico, a suspeita e o isolamento social característicos da SD 8 podem se sobrepor ou exacerbar essas manifestações mais amplas da demência. A Síndrome de Diógenes é mais evidente em idosos, especialmente quando há comorbidades de saúde mental e emocional, e pode ser influenciada por comprometimento cognitivo leve.13 Isso sugere que mesmo um declínio cognitivo sutil pode contribuir para o desenvolvimento ou agravamento dos sintomas da SD.
A coexistência da Síndrome de Diógenes e da demência impõe um fardo significativamente maior tanto para o paciente quanto para o cuidador. A demência, por si só, já acarreta encargos físicos, psicológicos, sociais e econômicos substanciais.1 Quando a SD se sobrepõe, com sua auto-negligência extrema, insalubridade doméstica e a relutância do paciente em aceitar ajuda 8, camadas adicionais de complexidade e risco são introduzidas. O comprometimento cognitivo da demência exacerba a auto-negligência da SD, enquanto a acumulação e a sujeira da SD criam ambientes domésticos perigosos (aumentando o risco de quedas, problemas respiratórios e de pele) 10, comprometendo ainda mais a saúde física do paciente e elevando a taxa de mortalidade por problemas clínicos.8 O impacto combinado aumenta drasticamente a intensidade e a complexidade dos cuidados necessários. Cuidadores enfrentam desafios imensos devido à falta de insight do paciente, sua resistência a intervenções e as condições de vida insalubres, o que pode levar a maiores taxas de esgotamento do cuidador e institucionalização precoce.1 Isso ressalta a necessidade urgente de modelos de cuidado integrados e multidisciplinares que abordem tanto os aspectos cognitivos quanto os comportamentais dessas condições coexistentes, enfatizando o papel crítico dos serviços sociais e do apoio comunitário, visto que a intervenção médica isolada é frequentemente insuficiente devido à não conformidade do paciente e aos fatores ambientais.
A Tabela 2 sintetiza as relações e co-ocorrências discutidas:
Relação | Descrição Detalhada | Evidência/Implicação |
Alzheimer e Demência | Alzheimer é o tipo mais comum de demência (60-70% dos casos). Demência é o termo guarda-chuva para síndromes com declínio cognitivo. | Hierarquia clara: Toda DA é demência, mas nem toda demência é DA. Importante para diagnóstico preciso e evitar confusão de termos. |
SD e Demência (Geral) | Pelo menos metade dos pacientes com SD acima de 60 anos é portadora de demência ou outro transtorno psiquiátrico. | Alta taxa de co-ocorrência. SD pode ser um indicador de demência subjacente ou comorbidade, exigindo investigação neurológica e psiquiátrica. |
SD como Manifestação de Demência | Hipótese etiológica: SD pode ser uma manifestação de demência do lobo frontal, com sintomas sobrepostos (irritabilidade, paranoia, falta de insight). | Sugere uma base neurológica para SD em alguns casos, ligando-a diretamente à patologia cerebral degenerativa. |
SD e Outras Comorbidades Psiquiátricas | SD pode ser uma via final comum a diferentes transtornos psiquiátricos (TOC, esquizofrenia, transtorno de personalidade). | A complexidade da SD exige avaliação para múltiplas condições psiquiátricas, que podem coexistir ou exacerbar o quadro. |
Impacto da Co-ocorrência | A presença de SD com demência agrava o quadro, aumentando a autonegligência, criando ambientes de risco e elevando a carga sobre cuidadores. | Desafios significativos no manejo, alta mortalidade por problemas clínicos, necessidade de abordagem multidisciplinar e apoio social. |
6. Implicações Clínicas e Abordagem Terapêutica para Casos de Demência e Síndrome de Diógenes
6.1. Desafios no Diagnóstico e Manejo
O diagnóstico da Síndrome de Diógenes é notoriamente desafiador, principalmente devido à relutância dos pacientes em aceitar ajuda e cooperar com as avaliações médicas.8 Frequentemente, os casos só chegam à atenção dos serviços de saúde por meio de denúncias de vizinhos preocupados com o acúmulo de lixo ou quando os pacientes são levados a prontos-socorros após emergências médicas agudas.8 Estudos neuropsicológicos em pacientes com SD são raros, em parte pela dificuldade em obter consentimento e cooperação dos indivíduos.8 A diferenciação da SD de outras condições que podem apresentar auto-negligência ou acumulação (como TOC, esquizofrenia ou outras formas de demência) exige um diagnóstico diferencial cuidadoso e aprofundado.8
6.2. A Importância da Avaliação Multidisciplinar
Diante da complexidade da Síndrome de Diógenes e suas frequentes comorbidades, uma avaliação multidisciplinar é essencial. Recomenda-se uma avaliação psiquiátrica completa, que inclua uma avaliação cognitiva e clínica abrangente, exames complementares de rotina, avaliação neurológica e exames de imagem do crânio.8 Quaisquer comorbidades psiquiátricas identificadas devem ser tratadas adequadamente.8
6.3. Estratégias de Intervenção e Apoio
O tratamento da Síndrome de Diógenes é dificultado pela resistência intrínseca dos pacientes em aceitar ajuda.8 Atualmente, a literatura médica conta apenas com relatos de casos sobre tratamentos específicos, com a risperidona sendo uma das medicações mencionadas.8 A experiência clínica sugere que o cuidado na comunidade, que envolve visitas domiciliares e assistência com tarefas domésticas, é a estratégia de tratamento mais eficaz.8 A internação compulsória é geralmente desaconselhada, especialmente na ausência de doença mental grave, em respeito ao direito do indivíduo de optar por sofrer ou morrer sozinho.8
A resistência do paciente à ajuda, especialmente quando a Síndrome de Diógenes coexiste com a demência, levanta dilemas éticos e práticos significativos para os profissionais de saúde e serviços sociais. A autonomia do paciente, um pilar da ética médica, torna-se complexa quando o comprometimento cognitivo da demência diminui a capacidade de insight e tomada de decisão. A máxima de “direito de sofrer ou morrer sozinho”8 é particularmente delicada quando a capacidade de consentimento informada está comprometida. Isso exige um equilíbrio delicado entre respeitar a autonomia do indivíduo e garantir sua segurança e bem-estar. Frequentemente, a intervenção requer o envolvimento de estruturas legais, como tutelas ou curatelas, e uma abordagem colaborativa entre profissionais médicos, sociais e jurídicos para intervir de forma apropriada e com o mínimo de coerção. Este cenário sublinha um desafio fundamental no cuidado geriátrico, especialmente para populações vulneráveis com transtornos cognitivos e comportamentais. Reforça a necessidade de diretrizes éticas robustas, apoio legal e equipes interdisciplinares altamente qualificadas, capazes de navegar nessas situações complexas para fornecer um cuidado que seja ao mesmo tempo eficaz e respeitoso dos direitos individuais.
Dado que os sintomas neuropsiquiátricos são altamente prevalentes (80-90%) em pacientes com demência e exercem um impacto significativo na autonomia do paciente e na carga dos cuidadores 14, estudos focados nessas manifestações são cruciais.14 A escassez de pesquisas robustas sobre a Síndrome de Diógenes, particularmente estudos neuropatológicos e neuropsicológicos 8, e a dependência de relatos de caso para evidências de tratamento 8, indicam uma lacuna substancial no conhecimento. Essa lacuna significa que a compreensão dos mecanismos subjacentes da SD é incompleta, e protocolos de tratamento baseados em evidências são amplamente inexistentes. Consequentemente, os clínicos dispõem de orientação limitada para um manejo ideal, muitas vezes dependendo de tratamentos sintomáticos ou do tratamento de comorbidades subjacentes, o que pode levar a resultados subótimos e contribuir para a alta taxa de mortalidade associada à SD.8 Esta situação representa um apelo à comunidade científica para priorizar a pesquisa sobre a Síndrome de Diógenes, incluindo estudos longitudinais e ensaios clínicos, a fim de aprofundar a compreensão de sua fisiopatologia, identificar intervenções eficazes e, em última instância, melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos indivíduos afetados.
6.4. Tratamento da Demência e Alzheimer: Abordagens Atuais
É importante ressaltar que, atualmente, não existem intervenções terapêuticas capazes de reverter ou alterar a história natural da síndrome demencial primária.16 O benefício do tratamento visa a melhora da qualidade de vida e da cognição, especialmente nos domínios da memória e atenção.16
6.4.1. Tratamento Farmacológico:
Para a Doença de Alzheimer, o Ministério da Saúde disponibiliza medicamentos que atuam nas vias colinérgicas e glutamatérgicas. Estes incluem:
- Donepezila 17
- Galantamina 17
- Rivastigmina (disponível em adesivo transdérmico e via oral) 17
- Memantina (usada em casos mais graves da doença) 17
Novos medicamentos e terapias alternativas, como a imunoterapia, ainda necessitam de estudos adicionais para avaliar sua eficácia.18
6.4.2. Tratamento Não Farmacológico e Medidas Comportamentais:
O tratamento não farmacológico foca na estimulação cognitiva, social e física para manter o cérebro ativo e desenvolver funções como atenção, memória e linguagem.19 Algumas medidas comportamentais que aliviam os sintomas e melhoram a qualidade de vida incluem 16:
- Manter ao máximo a rotina diária
- Não modificar bruscamente o ambiente onde o idoso vive
- Expor-se à luz solar no período da manhã por pelo menos 60 minutos
- Praticar atividades físicas
- Evitar luminosidade e barulho à noite
- Ser estimulado cognitiva e emotivamente por meio de linguagem verbal e não verbal
- Participar de musicoterapia
- Realizar exercícios de reabilitação cognitiva
- Orientar os cuidadores sobre medidas de intervenção comportamental
- Organizar e compartilhar o cuidado para evitar sobrecarga
A equipe de saúde da Atenção Primária deve coordenar o cuidado, visando melhorar a qualidade de vida do doente e minimizar o impacto na sua condição de saúde, na família e na comunidade, oferecendo orientações e cuidados também aos familiares e cuidadores.16 O tratamento das demências primárias deve ser compartilhado com a Atenção Especializada.16
7. Aplicativos de Monitoramento de Saúde e a Prevenção da Demência
Aplicativos de monitoramento de saúde, como o app da Goldies Saúde Integrada, podem auxiliar na prevenção, ao incentivar hábitos saudáveis e rotinas consistentes; na detecção precoce de alterações comportamentais ou cognitivas sutis, através do acompanhamento de padrões diários; e no acompanhamento contínuo, facilitando a comunicação entre familiares e cuidadores, e fornecendo dados importantes para a equipe médica.
Essas ferramentas digitais representam um avanço significativo para otimizar os cuidados e oferecer maior segurança e qualidade de vida aos idosos e suas famílias, especialmente diante dos desafios impostos pela demência.
8. Conclusão
A análise das relações entre demência, Doença de Alzheimer e Síndrome de Diógenes revela uma intrincada tapeçaria de condições que afetam a população idosa. A demência é uma síndrome clínica abrangente, e a Doença de Alzheimer é sua forma mais prevalente. É imperativo abandonar o termo “demência senil”, pois ele perpetua a falsa ideia de que o declínio cognitivo grave é um aspecto normal do envelhecimento, o que pode atrasar diagnósticos e intervenções cruciais. A Síndrome de Diógenes, um transtorno comportamental distinto caracterizado por auto-negligência extrema e acumulação, frequentemente coexiste com a demência, podendo inclusive ser uma manifestação de um declínio cognitivo subjacente. A alta taxa de co-ocorrência sugere que a SD pode servir como um importante sinal de alerta para a presença de demência não diagnosticada ou avançada, exigindo uma investigação clínica aprofundada.
A complexidade dessas condições e a sobreposição de sintomas exigem uma abordagem diagnóstica diferenciada e uma estratégia de manejo multidisciplinar. Os desafios são acentuados pela relutância dos pacientes com Síndrome de Diógenes em aceitar ajuda, o que impõe dilemas éticos e práticos significativos para os profissionais de saúde e cuidadores. A carga sobre os cuidadores é imensa, e a falta de insight do paciente, combinada com ambientes insalubres, aumenta os riscos à saúde e a mortalidade. A limitada pesquisa sobre a Síndrome de Diógenes e a ausência de tratamentos baseados em evidências reforçam a necessidade urgente de mais estudos para aprimorar nossa compreensão e desenvolver intervenções eficazes. Nesse cenário, as tecnologias digitais emergem como um suporte valioso para a saúde do idoso.
Em suma, o reconhecimento precoce, a avaliação abrangente e o apoio contínuo, muitas vezes envolvendo recursos sociais e legais, são fundamentais para melhorar os resultados e a qualidade de vida desses indivíduos vulneráveis.
Referências
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- App Goldies: Goldies – Facilidade para ajudar na saúde de idosos
- Blog da Goldies: Como cuidar de um sênior com demência? – Goldies
- Blog da Goldies: Demência em idosos: O que é e como ela atinge a terceira idade – Goldies
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