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Live Goldies: idosos e cuidadores precisam de atenção

Por Equipe Goldies • 28 de junho de 2025 • Lives Goldies

Índice

Introdução: O Novo Paradigma do Envelhecimento Ativo

A longevidade, antes uma aspiração distante, tornou-se uma realidade cada vez mais presente em nossa sociedade. No entanto, viver mais anos traz consigo a necessidade de repensar o próprio conceito de velhice e de como nos preparamos para essa fase. Em uma live esclarecedora da Goldies Saúde Integrada, o Dr. Rodrigo Barros, sócio da Goldies e oftalmologista, recebeu a jornalista e escritora Mariza Tavares para um bate-papo profundo sobre a arte de envelhecer bem. Mariza, conhecida por seu blog sobre longevidade no G1 e autora de obras como “Longevidade no Cotidiano: A Arte de Envelhecer Bem“, trouxe uma perspectiva rica e multifacetada sobre a reinvenção da velhice e o papel crucial dos cuidadores, especialmente as mulheres. Este artigo explora os pontos-chave dessa conversa inspiradora, oferecendo um guia sobre como abraçar a longevidade com propósito, saúde e apoio.

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A Goldies: Apoio Proativo na Gestão da Saúde do Idoso

Antes de mergulhar nos temas da longevidade, o Dr. Rodrigo Barros apresentou a Goldies como uma solução de apoio proativo para filhos de pais idosos na gestão da saúde e bem-estar. O aplicativo da Goldies permite a guarda e o compartilhamento de informações de saúde, o acompanhamento da evolução de doenças, o uso de medicação, a guarda de exames, prontuários e receitas, além da anotação de eventos que possam ocorrer no dia a dia (ex.: febres, quedas, insônia, …). O app visa simplificar a complexa rotina de cuidados, garantindo um melhor acompanhamento e gestão da saúde do idoso como um todo.

Mariza Tavares: Uma Voz da Longevidade

Mariza Tavares compartilhou sua trajetória, destacando como o tema da longevidade se tornou uma paixão. Com mestrado em comunicação e MBA em gestão de negócios, ela criou em 2016 seu blog no G1 e, anteriormente, o programa “50+ CBN” em parceria com o médico Alexandre Kalache, uma referência internacional em longevidade. Essa imersão no tema a levou a escrever “Longevidade no Cotidiano: A Arte de Envelhecer Bem” (2020) e “Menopausa: O Momento de Fazer Escolhas Certas para o Resto da Vida” (2023). Mariza se autodenomina uma “aprendiz de velhice”, sempre buscando compreender e desmistificar essa fase da vida.

Longevidade: A Reinvenção da Velhice

A jornalista iniciou a discussão central de seu livro, afirmando que “longevidade é a reinvenção da velhice”. Ela explicou que, no século XX para o XXI, ganhamos um “bônus” de mais 30 anos de vida, mas o grande desafio é não deixar que esse bônus se transforme em um ônus de doenças crônicas e precariedade. A velhice, antes um período muito menor, agora exige uma nova abordagem. Mariza traçou um paralelo histórico, lembrando que crianças eram vistas como “pequenos adultos” no início do século XX, e a adolescência/juventude é um conceito relativamente recente. Agora, a velhice também passa por essa ressignificação.

A independência e a autonomia são desejos universais na velhice. Ninguém quer ir para uma instituição; as pessoas querem permanecer em suas casas, em suas vizinhanças. No entanto, isso impõe desafios que demandam soluções novas, como as oferecidas pela Goldies. A metáfora de “construir uma casa” ao longo da vida para chegar à velhice com vigor e disposição foi usada para ilustrar a importância de uma preparação contínua.

A Diversidade da Velhice Brasileira

Mariza Tavares abordou a complexidade da velhice no Brasil, que não pode ser colocada em uma única “caixinha”. Há uma enorme diversidade entre aqueles que estão acima de 60 anos. Ela destacou o conceito dos “novos velhos” (60 a 75 anos), que são ativos e produtivos, e criticou a infantilização do idoso, onde médicos e familiares tratam o idoso como incapaz de decidir sobre sua própria vida. Além disso, a jornalista enfatizou a enorme desigualdade social no Brasil, que cria “velhices” muito diferentes, com idosos em grande precariedade, necessitando de políticas públicas mais aprofundadas para garantir uma qualidade de vida digna.

Os Quatro Capitais da Longevidade: Pilares para Envelhecer Bem

Mariza detalhou os “quatro capitais” que, segundo ela, são fundamentais para uma longevidade saudável e plena, um conceito central em seu livro:

Capital da Saúde (Físico): é o mais importante, pois “sem saúde, a gente não dá nem para a saída”. O mantra “quanto antes melhor, mas nunca é tarde para começar” é fundamental. Isso inclui exercícios físicos (mesmo que em pequenas doses, pois “o ótimo não pode ser inimigo do bom”), uma boa alimentação (com foco na microbiota intestinal, pois “a gente é realmente o que a gente come”) e, crucialmente, o sono. Mariza enfatizou que a sociedade não valoriza o sono, mas ele é fundamental para o bom funcionamento do corpo e da mente, sugerindo a criação de “higiene do sono” para desacelerar antes de dormir.
Capital Intelectual: refere-se à disposição para estar sempre aprendendo e estimulando o cérebro, que também precisa de “academia”.
Capital Social: a “rede de afetos e apoio”. Manter-se conectado, fazer parte de grupos e buscar novas amizades (inclusive com pessoas mais jovens) é essencial para evitar a solidão e a depressão, que tiveram um impacto ainda maior durante a pandemia.
Capital Financeiro: a segurança financeira. Mariza alertou sobre a dificuldade de falar de dinheiro no Brasil e a necessidade de poupar cedo, especialmente para as mulheres, que vivem mais e, infelizmente, ainda ganham menos.

O Papel Essencial das Cuidadoras e Seus Desafios

Um foco central da live foi a discussão sobre os cuidadores, ou, mais precisamente, as “cuidadoras“, como Mariza prefere, notando que “cuidar é um verbo feminino”. Ela confirmou que a grande maioria dos cuidadores, sejam familiares (filhas, irmãs, esposas) ou profissionais, são mulheres. Mariza destacou que essas mulheres frequentemente enfrentam desafios próprios, como suas próprias doenças crônicas, enquanto cuidam de entes queridos em situação de fragilidade.

A jornalista revelou que sua próxima coluna no G1 seria sobre os cuidadores, abordando como eles podem se proteger do sentimento recorrente de desprestígio e solidão. Ela enfatizou a sobrecarga e o estresse que acompanham essa função, muitas vezes não reconhecidos pela própria família. A necessidade de “momentos de respiro” para o cuidador é vital, pois o esgotamento pode minar sua própria saúde.

Desafios no Cotidiano do Idoso e do Cuidador

A conversa abordou as mudanças no cotidiano do idoso, que muitas vezes não está mais trabalhando e pode perder o ânimo. O cuidador tem um papel crucial em estimular o idoso a se manter ativo, interessado e com propósito. Mariza lamentou ver idosos em cadeiras de rodas sem interação com seus cuidadores, muitos dos quais são improvisados e sem formação adequada. Ela ressaltou a importância de estimular atividades que trabalhem a memória e a mente, como caminhar, cantar (a memória musical é uma das últimas a se perder), pintar e fazer quebra-cabeças.

Independência vs. Autonomia: Uma Distinção Crucial

Mariza Tavares fez uma distinção importante entre independência e autonomia, conceitos que impactam diretamente o cuidado:

Independência: capacidade física de realizar atividades diárias (compras, cozinhar, higiene pessoal).
Autonomia: capacidade cognitiva de tomar decisões.

Ela descreveu a frustração de idosos com independência física limitada, mas com plena autonomia mental, que precisam de ajuda para atividades básicas. Também abordou os desafios de cuidar de idosos com declínio cognitivo e demência, que podem apresentar crises de raiva ou acusações infundadas. A jornalista enfatizou que o cuidado não deve recair sobre uma única pessoa, mas sim ser um esforço de grupo, para que o apoio seja mútuo e a relação saudável, prevenindo abusos e garantindo a dignidade do idoso.

O Impacto da Pandemia na Longevidade

A pandemia trouxe desafios sem precedentes, mas também revelou aspectos surpreendentes. Mariza destacou o lado positivo do acesso a um número enorme de congressos internacionais online, que foram uma fonte preciosa de informação para suas pesquisas, inclusive sobre a “menoculture-tech” (tecnologias voltadas para a menopausa). No entanto, ela também pontuou o aumento da solidão, do isolamento e do descontrole de doenças crônicas entre os idosos.

Um dado que a impressionou foi a resiliência dos idosos durante a pandemia. Por terem vivido mais, eles possuíam um repertório maior para lidar com perdas e adversidades, demonstrando uma capacidade de resistência notável em contraste com o impacto psíquico devastador em adolescentes.

Menopausa: Um Momento de Reavaliação para a Mulher

Mariza Tavares fez um parêntese importante sobre a menopausa, tema de seu segundo livro. Ela descreveu a meia-idade (40-50 anos) como uma “janela” crucial para a adoção de hábitos saudáveis. Esse período coincide com a menopausa (entre 48 e 52 anos), precedida pela perimenopausa, que pode durar anos e trazer sintomas desafiadores. A jornalista observou que, nessa fase, as mulheres frequentemente acumulam múltiplos papéis (mães de filhos pequenos/adolescentes, avós, profissionais ativas, esposas), cuidando de todos ao redor, mas negligenciando o autocuidado. A menopausa, portanto, deve funcionar como uma “freada de arrumação”, um momento para a mulher re-acessar suas próprias necessidades e buscar ajuda.

A Velhice Não é um Defeito: Desafiando Estereótipos

A live encerrou com uma reflexão poderosa de Mariza Tavares: “a velhice não é defeito que precisa de conserto”. Ela criticou o “culto à juventude” que muitas vezes descarta o idoso e o estereótipo da “velhice sarada” que não representa a maioria. A velhice, como qualquer fase da vida, tem seus desafios, mas também suas belezas e aprendizados. A resiliência dos idosos, sua capacidade de lidar com problemas e de continuar realizando coisas bacanas é um testemunho de que essa fase é para ser vivida com plenitude. Mariza observou que o mercado e a mídia estão começando a mudar essa percepção, reconhecendo o poder de compra da geração 50+ e a importância de ter múltiplas gerações convivendo e contribuindo.

O Papel da Goldies no dia a dia de cuidados de saúde

Ao longo da live, ficou evidente como a proposta da Goldies se alinha com os desafios e soluções discutidos. O aplicativo atua como uma ferramenta essencial para facilitar o dia a dia de cuidados de saúde dos idosos, desde a organização e digitalização de exames e medicamentos até o estímulo à aproximação de familiares para apoiar nos cuidados de saúde. Ele oferece um caminho prático, contribuindo para uma velhice saudável e com dignidade.

Conclusão: Abraçando a Longevidade com Propósito

A live da Goldies com a Mariza Tavares e Dr. Rodrigo Barros foi um convite à reflexão sobre a longevidade como uma jornada de reinvenção. Viver mais anos é um presente que exige preparação e um olhar proativo para a saúde e o bem-estar. A discussão sobre os “quatro capitais”, os desafios enfrentados por idosos e cuidadores, e a importância de ferramentas como o aplicativo Goldies, reforça que o envelhecimento ativo é uma construção contínua. A velhice não é um fim, mas uma nova fase, cheia de possibilidades, que merece ser vivida com propósito, autonomia e o apoio necessário para que cada dia seja uma oportunidade de “ter um motivo para sair da cama”.